18.5.08



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tu boz sta escuradi bezus qui a mí no dieras/

di bezus qui a mí no das/

la nochi es polvu dest'ixiliu/

tus bezus inculgan lunas

qui yelan mi caminu/

y timblu dibaxu dil sol/








[ tua voz está escura de beijos que me não deste/de beijos que me não dás/a noite é pó deste exílio/

teus beijos penduram luas que gelam meu caminho/e tremo debaixo do sol/




a tua voz clara choca de beijos: a tua voz voz de arca rio barca :: voz ancorada

dibaxu

escorre corpo acima livre imprimo farejo inscrições : sopro voz de pedra parideira :: amanteigada via longe lata resposta réstea difuminadu

dibaxu


o metal efervesce gestos transbordo o corpo da tua voz o apelo da palha: a tua voz de menino calada :: voz de fronteira cega de mapas

dibaxu

raio a tua voz disseminada quase sombra sal perfume amixia amniótica de orvalhos

dibaxu

cabeça seguindo o peito seguindo o sexo por esta ordem a língua viva raíz espessa doce gesto licor penas : branco ramo macieira sangue a pulso calor abrigado

dibaxu

ensaio tronco impresso ésse : ázimo pão lunar funambulário :: entranço inculco amasso escuto: hora: dez: diz dez diz manhã parada


por cima ao lado por dentro à boca : afago boca de lobo atalho olhos abaixo a tecer ser :: digo voz dez: calo divago

devagar olhar ar

: dez: voz: calo: axo: calamus grito: voz dez digo :: encaxo



dibaxu



























[ variação sobre poema de
Juan Gelman alterado dibaxu tradução do
sefardita de Andityas Soares de Moura

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