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di bezus qui a mí no das/
la nochi es polvu dest'ixiliu/
tus bezus inculgan lunas
y timblu dibaxu dil sol/
[ tua voz está escura de beijos que me não deste/de beijos que me não dás/a noite é pó deste exílio/
teus beijos penduram luas que gelam meu caminho/e tremo debaixo do sol/
a tua voz clara choca de beijos: a tua voz voz de arca rio barca :: voz ancorada
dibaxu
escorre corpo acima livre imprimo farejo inscrições : sopro voz de pedra parideira :: amanteigada via longe lata resposta réstea difuminadu
dibaxu
o metal efervesce gestos transbordo o corpo da tua voz o apelo da palha: a tua voz de menino calada :: voz de fronteira cega de mapas
dibaxu
raio a tua voz disseminada quase sombra sal perfume amixia amniótica de orvalhos
dibaxu
cabeça seguindo o peito seguindo o sexo por esta ordem a língua viva raíz espessa doce gesto licor penas : branco ramo macieira sangue a pulso calor abrigado
dibaxu
ensaio tronco impresso ésse : ázimo pão lunar funambulário :: entranço inculco amasso escuto: hora: dez: diz dez diz manhã parada
por cima ao lado por dentro à boca : afago boca de lobo atalho olhos abaixo a tecer ser :: digo voz dez: calo divago
devagar olhar ar
: dez: voz: calo: axo: calamus grito: voz dez digo :: encaxo
[ variação sobre poema de Juan Gelman alterado dibaxu tradução do sefardita de Andityas Soares de Moura
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