30.8.14

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... resposta ao antónio ... !!




.poesia. rabindranath tagore

.nos rastos da solidão. josé machado pais

.meditação. osho

.poemas eróticos. john donne

.a loucura da normalidade. arno gruen



estes são os cinco últimos ...
mas há uns dez mais que nunca acabo ... estão sempre em trânsito ...
leio. re leio. tre leio.
e afinal acho engraçado partilhar isto ... :)


a propósito de leituras, este que segue é o único poema que sei ( inteiro...!) de cor!!!
e também me apetece partilhá-lo por ser sobre, precisamente, a escrita ...
é da sophia de mello breyner :


No Palácio Mocenigo onde viveu sozinho
Lord Byron usava as grandes salas
Para ver a solidão espelho por espelho
E a beleza das portas quando ninguém passava

Escutava os rumores marinhos do silêncio
E o eco perdido de passos num corredor longínquo
Amava o liso brilhar do chão polido
E os tectos altos onde se enrolam as sombras
E embora se sentasse numa só cadeira
Gostava de olhar vazias as cadeiras

Sem dúvida ninguém precisa de tanto espaço vital
Mas a escrita exige solidões e desertos
E coisas que se vêem como quem vê outra coisa

Pudemos imaginá-lo sentado à sua mesa
Imaginar o alto pescoço espesso
A camisa aberta e branca
O branco do papel as aranhas da escrita
E a luz da vela - como em certos quadros -
Tornando tudo atento





/foto herzenMarcus/