30.8.14







FIRST VOICE



how long can i be a wall, keeping the wind off?
how long can i be

Gentling the sun with the shade of my hand
Intercepting the blue volts of a cold moon?

The voices of loneliness, the voices of sorrow
Lap at my back ineluctably.

How shall it soften them, this little lunaby?
How long can i be a wall around my green property?
How long can my hands

Be a bandage to his hurt, and my words
Bright birds in the sky, consoling, consoling?

It is a terrible thing
To be so open: is t is as if my heart

Put on a face and walked into the world.

PRIMEIRA VOZ:

Por quanto tempo poderei ser um muro contra o vento?
Por quanto mais tempo

Poderei suavemente obscurecer o sol com a palma da minha mão?
Interceptar as setas azuis da lua fria?

As vozes da solidão , as vozes da amargura
Agarram-se às minhas costas infatigavelmente.

Como poderá acalmá-las esta canção de embalar?

Por quanto mais tempo poderei ser um muro em redor da minha terra verde
Por quanto mais tempo poderão as minhas mãos

Proteger esta ferida, e as minhas palavras
Pássaros luminosos no céu, consolando, consolando?

É tremendo
Ser assim exposta: como se o meu coração

Pusesse uma máscara e penetrasse no mundo.



/ silvia plath in três mulheres.poema a três vozes.tradução.anaGabrielaMacedo.fotos.water.snjezanaJosipovic.atRiverIrrawaddy.HarraldChristes./
sylviaPlath: ''Dying / is an art, like everything else. / I do it exceptionally well''. viveu entre 1932 e 1963, tendo-se suicidado. os seus principais poemas foram escritos nos últimos meses de vida.
introduzo aqui uma quarta voz. lavinia saad.
Você costumava dizer:
O mundo tem quinas Arredondadas.
Eu vivo de joelhos esfolados
E a alma em carne viva.
Mole feito compota
E a vida é que nem o mundo,
Dura e angular.
Eis a nossa primordial
Incompatibilidade.
NY, abril 2007
Postado por Lavinia Saad às 4/26/2007