FIRST VOICE
how long can i be a wall, keeping the wind off?
how long can i be
Gentling the sun with the shade of my hand
Intercepting the blue volts of a cold moon?
The voices of loneliness, the voices of sorrow
Lap at my back ineluctably.
How shall it soften them, this little lunaby?
How long can i be a wall around my green property?
How long can my hands
Be a bandage to his hurt, and my words
Bright birds in the sky, consoling, consoling?
It is a terrible thing
To be so open: is t is as if my heart
Put on a face and walked into the world.
PRIMEIRA VOZ:
Por quanto tempo poderei ser um muro contra o vento?
Por quanto mais tempo
Poderei suavemente obscurecer o sol com a palma da minha mão?
Interceptar as setas azuis da lua fria?
As vozes da solidão , as vozes da amargura
Agarram-se às minhas costas infatigavelmente.
Como poderá acalmá-las esta canção de embalar?
Por quanto mais tempo poderei ser um muro em redor da minha terra verde
Por quanto mais tempo poderão as minhas mãos
Proteger esta ferida, e as minhas palavras
Pássaros luminosos no céu, consolando, consolando?
É tremendo
Ser assim exposta: como se o meu coração
Pusesse uma máscara e penetrasse no mundo.
/ silvia plath in três mulheres.poema a três vozes.tradução.anaGabrielaMacedo.fotos.water.snjezanaJosipovic.atRiverIrrawaddy.HarraldChristes./
sylviaPlath: ''Dying / is an art, like everything else. / I do it exceptionally well''. viveu entre 1932 e 1963, tendo-se suicidado. os seus principais poemas foram escritos nos últimos meses de vida.introduzo aqui uma quarta voz. lavinia saad.
Você costumava dizer:
O mundo tem quinas Arredondadas.
Eu vivo de joelhos esfolados
E a alma em carne viva.
Mole feito compota
E a vida é que nem o mundo,
Dura e angular.
Eis a nossa primordial
Incompatibilidade.
NY, abril 2007