30.8.14



















.La naturaleza de los sueños


Al alba bebía la leche, minuciosamente, bajo la mirada vigilante de mi madre;
pero, luego, ella apartaba un poco, volvía a hilar la miel, a bordar a bordar, y yo huía hacia la inmensa pradera, verde y gris.

A lo lejos, pasaban las gacelas con sus caras de flor; parecían lirios con pies, algodoneros con alas.
Pero, yo sólo miraba a las piedras, a los altos ídolos, que miraban a arriba, a un destino aciago.
Y, qué podía hacer; tenderme allí, que mi madre no viese, que me pasara, otra vez, aquello horrible y raro.





~~




De súbito, surgiram as ovelhas.
Num instante, num baixar de olhos.

Por toda a paisagem e pela encosta do monte.




Eram


cor de rosa, celeste.

Sépia ou cor de platina; as outras, brancas, negras.

Embora, por momentos, as coisas parecessem ao contrário.

Pensei que sonhava


O que via num papel, desenhos em forma de ovelhas.






Mas não; era verdade.



Na paisagem

E ao fechar os olhos aparecia a seguir, no ecrã negro,

um rosto rectangular, oval, e o corpo gordo, multiplicado, sabiamente.


Pareciam ter acorrido à concentração, convocatória,


sem espanto, com alguma tristeza.


Não podia ir embora, por onde iria!


Não podia chamá-las, porque já aqui estavam.

Não podia afugentá-las, porque eram imóveis.

Não podia esquecê-las, porque não me esqueço.

Não podia aceitá-las, porque havia qualquer coisa


que não estava bem.


Eu tou entre a espada e a parede, e isto é um pedido de ajuda.


























Marosa di Giorgio
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