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BALADA DE CHANG-KAN
Nesse tempo eu usava ainda os cabelos em franja
E brincava colhendo flores, à entrada da minha casa.
Vieste num cavalo de bambu,
Trotando à minha volta e atirando-me ameixas verdes.
Vivíamos os dois numa aldeia, chamada Chag-Kan,
Duas crianças alegres e inocentes.
Quando aos catorze anos me tornei tua esposa,
Era tão tímida, que não conseguia tirar os olhos do chão.
Mil vezes me chamaste,
Mas nem uma única te consegui olhar.
Pouco a pouco perdi a timidez.
Com quinze anos, desejei que as minhas cinzas
Se misturassem com as tuas,
Para sempre, sempre, sempre.
Por que subiria agora ao cimo da montanha?
Nesse tempo eu usava ainda os cabelos em franja
E brincava colhendo flores, à entrada da minha casa.
Vieste num cavalo de bambu,
Trotando à minha volta e atirando-me ameixas verdes.
Vivíamos os dois numa aldeia, chamada Chag-Kan,
Duas crianças alegres e inocentes.
Quando aos catorze anos me tornei tua esposa,
Era tão tímida, que não conseguia tirar os olhos do chão.
Mil vezes me chamaste,
Mas nem uma única te consegui olhar.
Pouco a pouco perdi a timidez.
Com quinze anos, desejei que as minhas cinzas
Se misturassem com as tuas,
Para sempre, sempre, sempre.
Por que subiria agora ao cimo da montanha?
Tinha dezasseis anos quando partiste
Para a longínqua Ku-To-Yen,
Através da garganta de Chu-Tang,
E estiveste ausente durante cinco meses.
Os macacos no alto das árvores lançam um lamento doloroso.
Arrastava os pés quando tu foste.
Cresce musgo, agora, sobre os traços dos teus pés,
Tão profundo que não se pode arrancar.
Antes do tempo, caem as folhas neste outono ventoso.
Pares de borboletas salpicam de amarelo o jardim ocidental.
Entristecem-me. A minha pele perde o tom rosado.
Se regressares através da garganta do Rio Azul,
Por favor não te esqueças de me avisar.
Para que eu possa ir ao teu encontro.
Tal é a minha ânsia
De te abraçar, que não me metem medo o vento de areia,
Nem a distância.
Para a longínqua Ku-To-Yen,
Através da garganta de Chu-Tang,
E estiveste ausente durante cinco meses.
Os macacos no alto das árvores lançam um lamento doloroso.
Arrastava os pés quando tu foste.
Cresce musgo, agora, sobre os traços dos teus pés,
Tão profundo que não se pode arrancar.
Antes do tempo, caem as folhas neste outono ventoso.
Pares de borboletas salpicam de amarelo o jardim ocidental.
Entristecem-me. A minha pele perde o tom rosado.
Se regressares através da garganta do Rio Azul,
Por favor não te esqueças de me avisar.
Para que eu possa ir ao teu encontro.
Tal é a minha ânsia
De te abraçar, que não me metem medo o vento de areia,
Nem a distância.
desconheço o nome do tradutor.fot casCa
36 comentários:
consegui finalmente
partilhar
estes dois...
mais dois
entre mil
e mil
e mil vezes mil
dois...
belOs diaS ~~
dois...
Belo post. Tens bom gosto.
Quem é o autor da foto a sépia, com os mastros por trás das casas?
as distâncias e ausentes e as sovas de areia de ventos que soprama certas horas de deserto esculpem o espírito para que ele se torne mais forte, para que receba uma nova chegada, para atravesse o tempo com um novo compasso.
Quem anda nos meus pé
a trilhar caminhos que são meus?
Quem me desanda?
São os meus pés nos teus.
Muy bonito,saludos desde Argentina.
obrigada, un dress, por partilhares este belíssimo poema. um prazer inequívoco de leitura. um grande beijinho para ti. e boa páscoa. (e sim, o céu é de mel, aqui, pelo menos ;)*
Não, não devemos ter medo - nem do vento nem das distâncias.......
Às vezes, hesitamos, mas quando conseguimos vencer, contornar, saltar o obstáculo...é porque avançamos...
Semana nada fácil para mim...mas enfim, vamos caminhar??? Bom texto.
Boa Páscoa.
Beijos e abraços
Marta
Bom gosto em tempo de Páscoa!!!
Beijinhos e Boa Páscoa!!!
Lovely poetry, heaven of honey, there is no forgetting. Happy Easter!
Heaven is the sharing of souls the sweet honey drips from the heart.
Caem também ainda algumas folhas nesta primavera...
E nascem coisas belas das sementes há muito tempo tempo aradas...
:))))
ABRAÇO, BEIJO
um ritmo tipicamente oriental. muito bonito.
nem a distância?
(linda imagem.)
Qué belleza de relato. En él se mezclan la nostalgia y la saudade desesperada.
La historia es como una tarde de lluvia junto a un riachuelo: crece, crece, crece...hasta desbordarse el agua, como el amor hace desbordar los sentimientos.
Un beso.
Partilhas que se cruzam nos pontos cardeais ocupados pelo Sol...
Um beijo
Daniel
O oriental tem sempre uma sabedoria e delicadeza que nos parecem transcender. Lindo poema. Obbrigada pela partilha, luci!
(se tiveres o livro ou em livro, leva no sábado, para uma partilha colectiva ;)
beijos***
Quando Adamastor foi rejeitado pela ninfa tornou-se o penedo rochoso que dobrado deu vitórias.
Quando leio os teus poemas imagino que te tornas uma árvore que se alimenta da seiva da terra e que a tua pele se torna casca (como esta) que protege mas que exala uma beleza e uma natureza difíceis de dobrar. E é isso que dá as vitórias!
beijos muitos***
Here...
................
pois partIlhas
partIlhando e respIrando(às vezes)
..............
BoaA SemAna
Belissima foto! Belo Poema! Excelente combincacao.
Bjs meus
Olá, nordestino! Não consegui comentar no post anterior, não sei o que se passa. Contudo, andei a ver o que por aqui tens e, sabes uma coisa? Estou espantado. Grande trabalho o teu. Curiosamente, mesmo sem saber como, vim ver um trabalho do tipo que mais admiro. Gosto imenso deste trabalho. Parabéns.
Lindo! Beijinhos
avise aqui tbm,
desejo
fazer...
parte desse momento,
dessa balada que me abala só de ler.
bj
Heaven is in the making
...heaven is of honey
How could I forget?
( )
As a reminder
( )
Cresce musgo agora.
Olha eu hj ate trouxe uma franjinha e tudo, quando cortei o cabelo fiquei logo com franja mas andava a pentear de forma a esconder hehe hj assumo a minha franja! Beijokas
excelente partilha
não conhecia
li e reli...
excelente
abrazo
o silêncio é cativante certas horas.
Neste poema se decompõe a ânsia ensalada com a resignação.
No outro se fala de memória e da perda... da memória?
Nos dois a lembrança viaja em círculo entre esquecer e lembrar e não saber onde...
desaguar...
Muito doce a nostalgia...
Estou esperando a foto e seu endreço para lincar no CulturalWorld.
abcs
Heaven is of honey
How do i know?...
Excelente poema, linda partilha adorei.
Kisses for you!!!
obrigada Leandro.
(espero ter chegado...)
abraçO :)
aqui vos deixo...
VINTE E NOVE beijOs. ( e mais alguns just in case...)
muito e muito obrigada
por terem vindo até aqui!!!
bOns dias pra tOdOs. :)
klatuu não sei de quem é a sépia...
a foto foi-me enviada há algum tempo e a pessoa também não sabe... sorry.
:)
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