30.8.14

desconfio que de todas as mãos pode correr um rio






prensado como uvas de repente sem medo

também as cores se doseiam sem acordo






sem preliminares sem hesitações nem gestos






tudo o que nos antecede sorri sempre igual

pergunto-me se haverá um critério nas cores mas não

as cores são a vontade consentida no implícito acaso

e a luz é um eco breve arpoado

rasto de cometa caudal violino oxigénio



ai e de todas as mãos se adivinha assim a fome

que da nesga direita se enfia rente incerta





rio que gargalha esquivo no socalco das mãos

quando todas as fomes se fecham nos dentes

onde o céu da tua boca de arco-íris meu amor

à queima roupa redondo e líquido cega



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