desconfio que de todas as mãos pode correr um rio
prensado como uvas de repente sem medo
também as cores se doseiam sem acordo
também as cores se doseiam sem acordo
sem preliminares sem hesitações nem gestos
tudo o que nos antecede sorri sempre igual
pergunto-me se haverá um critério nas cores mas não
as cores são a vontade consentida no implícito acaso
e a luz é um eco breve arpoado
rasto de cometa caudal violino oxigénio
pergunto-me se haverá um critério nas cores mas não
as cores são a vontade consentida no implícito acaso
e a luz é um eco breve arpoado
rasto de cometa caudal violino oxigénio
ai e de todas as mãos se adivinha assim a fome
que da nesga direita se enfia rente incerta
que da nesga direita se enfia rente incerta
rio que gargalha esquivo no socalco das mãos
quando todas as fomes se fecham nos dentes
onde o céu da tua boca de arco-íris meu amor
quando todas as fomes se fecham nos dentes
onde o céu da tua boca de arco-íris meu amor
à queima roupa redondo e líquido cega
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