30.8.14





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mapa







tanto tempo a parar nas mesmas palavras cegos e surdos tudo se roda interminável num tempo de vidro sem urgência nem vagar um tempo liso sem tempo tudo se come apenas se enrola se engana sem quase ser atravesso as plantas dos pés imóveis bem assentes nos riscos os mapas ramificadas a perna

incapaz de reconhecer a regularidade insidiosa do discurso um discurso sem fala frases esburacadas iguais a mil frases outras mil bocas outras tudo se joga de facto no corpo um corpo de pele intemporal e porém visível em dias onde desmedidamente o calor onde tudo se abre onde nada se abre onde


se joga tudo diria ela tudo o que não foi capaz de reconhecer vazio para si do ouvinte haveria de esquecer a afonia tão prevível tão escancarada tão incontornavelmente desamparada que se deixara morrer dentro do discurso onde nunca se geme onde nunca se grita onde nunca se acola onde nunca se nem

a respiração reconhece agora tinha afinal ficado caída na terra há quanto tempo há quantas letras quantas luas onde que barcos a água do discurso draga líquido que chupa líquido e se encolhe se recolha recta à medida dos ossos já brancos roxos de sinais agudos agonia cerrada com força na palma da mão






















postado por luci em
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