30.8.14

porém-a-noite



~








repar-ação primeira ( a filha do eco)



poucas as luzes que ainda se atrevem a rasgar a noite

bolas com olhos-íris-olhos-cores-berlindes-soda-a-noite
lavar as memórias. lixiviar os sons limpar o mel.
afago o cobertor desta festa-de-respirar a que hoje vim
aprender de novo. o-cobre o-castanho profundo da terra.
descansar. repouso-repousar. descansar.
incorporo a frágil-pálida-pele-das-amibas
antes porém.


repar-ação dois (das rãs do paraíso)

a ideia de que o-homem-tem-que-ser

especialgrande
imenso

traz muitos problemas.

o homem não tem

que-ser-nada.

apenas diluir-se na paisagem

integrar a totalidade arquitectada do mundo


como as rãs quando ecoam já na memória-da-voz

a concreta vastidão do paraíso.






[ fot analídiamatos 07

42 comentários:

Anônimo disse...

repar-ação três (das manhãs nestlé)

o apito da cafeteira anuncia leve o vapor do sorriso.

a menina não toma o pequeno almoço!

(não faço a mais pequena ideia por que é que escrevi isto. desculpa o non sense. adorei o post. beijinho)

Bandida disse...

arruma-se a palavra entre dois pedaços de noite. um dia destes.


magnífico o teu post.


B.
_________________

Concha Pelayo/ AICA (de la Asociación Internacional de Críticos de Arte) disse...

"o homem não tem

que-ser-nada.

apenas diluir-se na paisagem"


Ajada me dejan tus palabras.

El hombre es puro paisaje.

Nada más. Aunque afanados sean todos sus pasos. Afanados en ser ese SER al que todos aspiran.

¿Para qué?

patricia disse...

As palavras não rasgam
a capa que as protege
da luz cá de fora
da claridade
que ofusca

deixam-se ficar protegidas
no ventre da mãe
redonda e vermelha
redonda de mundo
vermelha de vida

o homem rasga
a capa que o protege
e vê a luz cá fora
a claridade
que o ofusca
e deseja-a sua

sai do ventre da mãe protegida
pelo amor que lhe tem
redondo e vermelho
redondo de sem principio e fim
vermelho de coração

e entre a filha do eco
e as rãs do paraíso
fica a mãe
redonda
e vermelha
com luz por dentro
que se vê por fora

beijos***

Alexandre disse...

«o homem não tem

que-ser-nada.

apenas diluir-se na paisagem

integrar a totalidade arquitectada do mundo»

Concordo! O homem (e eu penso que este homem é global, a humanidade, não é?) não tem que ser algo, ele existe por si, não sabe porque existe nem sabe o que lhe «destinaram» neste mundo...

Anônimo disse...

hermosas palabras...me transportan tus palabras.

Anônimo disse...

Talvez mais nadar.
Pairar clandestino nas linhas pálidas do horizonte,escolher as árvores pelas sombras no verão.
E no Inverno as grutas...

Beijos de ar fresco.

icendul disse...

e qdo se dá a diluição, já há lugar para a imensidão, mesmo sem o ter-que-ser-assim;)

Pedro Branco disse...

Sim. Eu não sou nada. Uma migalha apenas, talvez. Perdida no infinito de um deserto mais-que-grande. Onde até os sons se misturam neste nada-ser em tudo-querer. Na eterna vida de reparações à míngua pelos trilhos dos amantes. À deriva pelas almas...

Eyes wide open disse...

Tantas verdades neste "repa-ração dois". Gosto da forma como escrevas...
Bjo.

Daniel Aladiah disse...

Os homens terão de ser o que são... e que os analisa será como é... juntar os dois poderá ser uma solução... a outra é separá-los.
Um beijo
Daniel

Perola Granito disse...

uma boa semana :)

Anônimo disse...

Quando eu era rã...lembras-te?
Já te queixavas dos meus olhos tranparentes, lembras-te?

Um dia passeámos aos saltos nos lagos abafados da barrinha...

Ainda te lembras?

Onde a ria se perde no voo e no grasnar dos pássaros...

(muito bem intencionado...este arrufo poético nº 1...)

BEIJO

Enfim... disse...

já me convenci o suficiente que o paraiso não existe.bjokas

Licínia Quitério disse...

Parabéns. Tens aqui pulsações poéticas notáveis.

Aceita um beijo.

david santos disse...

Olá!
É verdade. A humanidade está complicada.
Penso ser esta a razão de todas as discussões sobre o homem. É a humanidade que vai mal. Logo, o homem.
Parabéns,

Avid disse...

Tenho fé no homem. Acredito na humanidade logo, na reparaçao dele. Amanha seremos quem devemos ser!
Bjs meus

susemad disse...

Apreciei ler estas palavras.
Magnífico conjunto!!

un dress disse...

a menina adora o pequeno almoço ALICE...às vezes repara-se a si própria com ele ( mas tarde e com calma)...:)

um dia destes BANDIDA arruma-se. e voltam a desarrumar-se...as palavras são traquinas...:)

o afanamento (se diz?) é a mascara do essencial? cada um pode sempre escolher ANATEMA...agora mesmo ~

e entre as filhas do eco e as râs do paraíso...ficam ecos PATRÍCIA.
como nós. ecos miiiiil...*

de pouco-sabermos-quase-nada
ALEXANDRE. e dos nossos esforços nem sempre se cifrarem em bem-estar...basta olhar à volta...

SOLEIL obrigada tu pelas TUAS palavras...*

porque sempre voltas à água-nadar-fluir-abrir os braços VIOLETA. atenta à construção da leveza... passo a passo ~


para-todoS
beloS-sonhoS...

Anônimo disse...

Olá...

Parabéns! belo!

Adoro seu espaço...

Abrçs.

Klatuu o embuçado disse...

O Paraíso é uma espécie de buraco negro... devora... a luz... e não só.

antónio paiva disse...

................

para não correr o-risco-traço-de-virar-sapo-na-a-noite

..................

Beijinho e noite serena

Carlos Eduardo Teixeira C disse...

Olá, un-dress!!! Tudo bem contigo?

Muito obrigado pelo poema que você deixou lá no interlúdios! Enriqueceu muito a minha mensagem!

Quero dizer que gostei muito de seus poemas. Muito bacanas! Estarei referenciando seu blog lá no meu, ok?

Abração!

Concha Pelayo/ AICA (de la Asociación Internacional de Críticos de Arte) disse...

He vuelto para releer este inteligente texto y me uno lo que subyace en el mismo.

Es verdad, el hombre debe ser una partícula ínfima del propio paisaje que le rodea, para contribuir a ser paisaje, como los demás, ni más, ni menos, sólo paisaje que ni se nota siquiera para no causar impacto,(ni envidia en los otros elementos/hombres)

un dress disse...

a diluição mais tarde ou mais cedo I2_S2. a incontornável e necessária diluição. antes do silêncio. da criação da outra linguagem...~

e depois PEDRO... duma forma ou doutra...à deriva por desertos que caminhamos dentro-das-almas-às vezes-fora talvez seguir aquela estrelita-que-ri. pé-ante-pé...~

verdades...talvez. se queres que sejam verdades EYES WIDE OPEN. se assim vês é porque é verdade... :)

entre o homem e o que analisa o homem ...muitos desertos DANIEL. porque menos sentimos de tanta análise. a intuição talvez demasiado longe...e no entanto...*

lindas as tuas obras PEROLA&GRANITO! únicas...:)

claro que me lembro...não me lembro é de me queixar LUÍS ;)
para "arrufo" te digo que não é. é mesmo poesia. ou será ambas as coisas...~

o paraíso ENFIM existe se TU o construíres. assim o sinto... a cada um o seu....*

pulsações poéticas. o coração a bater poesia as palavras acercam-se do sangue...assim LICÍNIA...~

talvez a humanidade...talvez DAVID...mas cada homem dá para ver melhor. o que cada um pode fazer por si e de si...*

DIVA... falas de fé. eu sinto que pode ser por aí. a poesia é fé...é ampliação...

és bem-vinda TONS DE AZUL! obrigada pelas tuas palavras...:)

Claudia Sousa Dias disse...

Brava, bravíssima!

Tens de cá vir para as sessões de poesia, sempre na primeira terça-feira de cada mês!

beijo

isabel mendes ferreira disse...

boa tarde....vim colher o ECO.


e a tua respiração.



beijo.


e agradecer...:))))

Alberto Oliveira disse...

"antes porém."
não esquecer que o lume deve ser brando
porque o descanso pretende-se apurado
e as memórias lavam-se com sonhos
feitos de terra-(s)cena
depois de bem enxaguados os pesadelos
de noites esventradas
por ecos
que desconhecia a musicalidade.

o paraíso
é assim um lugar onde cabem muitas orquestras-habitação
cuja modulação tonal anfíbia
salta de homem em homem
independentemente
do seu tamanho


Desidério escutou atento e venerando, aplaudiu 2x sentado e 1 de pé. Cá fora Isolina perguntou-lhe: "Percebeste alguma coisa daquilo?!". Ele olhou-a reprovador e respondeu-lhe: "É por essas e por outras que raramente te trago às danças de salão!".



OBS: Espero que não te aborreças com os meus comments irónicos. É a minha forma de dialogar pelo virtual.

un dress disse...

JEFFERSON...os teus poemas-gota são palavras de fechar na mão para só abrir em dias especiais...;)

porque há-de o paraíso ser um buraco negro KLATUU? fiquei a pensar que o teu paraíso não fica prós lados do meu...será?!
anyway lá se hão-de encontrar algures porque...tudo gira! :)

para não-correr-de-todo CHUVA_MIÚDA. de todo ser só chuva-miúda-com-estrelinhas...*

ETC...foi um prazer fazer rebolar os doidos dos planetas! gostei e volto. fui aí via Lavínia... penso que saberás... ;)

pois querida ANATEMA dizes essas coisas... que pra quem como tu e eu nasceu e cresceu entre burros e planaltos fundentes são muito claras e fluidas.(cada vez o serão mais...)~~

claro que vou CLÁUDIA!! logo, mas logo a seguir a Sto. Tirso!! Não fossem as horitas de levantar amanhã e ía já hoje...*

e aí vai o eco soprado ISABEL!
soprado com a força descontrolada da primavera que o leva...~~

bOm tudO aTé Já

un dress disse...

não sei como é que o comment do legível estava depois e saltooouu pra antes!!!

lindo de ver venero estes mistériosss...!

Alberto Oliveira disse...

... juro-te pelo que há de mais sagrado(?!) que não mexi em nada!!

Anônimo disse...

o Homem quer-se mais líquido para se deixar escorrer pela vida sem ficar acanhado nas margens.

Anônimo disse...

cara un dress, não poderia deixar de vir agradecer-lhe o acutilante comentário de hoje. inteligente e sagaz quanto baste ;) espero ser merecedora. um beijo especial.

joel faria disse...

obrigado obrigado =)

estáS.cá

como eU também

até já =)

**

un dress disse...

eu aborrecer-me LEGÍVEL??? hehehe!

desiderio e isolina...wellcome the little paradise!
...o tal onde todos-dançam querendo ou não dançar!
nada que se entenda ou se possa explicar neste paraíso isolina...(que o isolamento que se nos ancorou não quer ser explicado apenas... cumprido.)

conheço-te desiderio! ah és aquele que-quer-mas-não-sabe-o-quê?? inter.minavel.mente? o
k tás prontinho prás danças de salão...vem daí! ups! caiu-se-me...:)
ps. aquilo saltou sózinho-queu-viiii!

sê bem-vinda MARIA...com a tua liquidez...*

ALICE de que falas tu?? ~~

também cá estás JOEL. diria que desde o início...tu, a patrícia e todos os outroS...dum modo ou doutro...:)

beijos.com.flores

Lavínia Saad disse...

Você se mede por coisas tão grandes
mas hoje eu me aconchegaria
numa concha de mexilhão, que cabe em si
e que sabe que cabe em si.
Um poema verdadeiramente acabado já é vitória.
De resto, me contento em viver
testemunha de peregrinações verticais.
Eventualmente também, por que elas existem,
de suas quedas bruscas e mortíferas.

"Ode ao que sobe", janeiro de 2007

un dress disse...

ode ao que

e
b
o
S

..........
.......
.....
...

ode ao que

d
e
S
c
e



ode ao que per.sis.te.


abraçO lavinia

un dress disse...

...relexão segunda aqui entre nós:

que quanto mais acima...mais

abaixo...

acabarei sem palavras. em fulguração invisível alguresssssssssssssssssss

Sinclair disse...

poema pesado, belo.

Sinclair disse...

Este poema é legível, retratando aquele estado de espirito

un dress disse...

olá sinclair! :)

bem-vindo...

Claudia Sousa Dias disse...

Oi Linda Undress!

Não te vi em "A última tentação..." tive pena...

O post sobre o livro/filme sai ainda esta semana!

Beijo grande!

Cláudia